sábado, 21 de abril de 2012

OMNIA SOL TEMPERAT

Tudo o sol doura, teus cabelos; 
ficamos em silêncio na tarde iluminada. 
As aves do firmamento 
e os animais da terra aquietaram; 
apenas, nos caminhos do tempo 
o embate desses meus olhos 
contra os teus 
e palavras nenhumas; 
não te quero dizer do amor 
cuja chama queima minha alma eternamente; 
e digo. 
Nem clamar que aplaques uma sede infinita; 
e clamo. 
Há água suficiente feita desse instante claro, 
que é quando por uma chispa de ternura 
o teu braço roça o meu braço, 
o teu cheiro percorre o ar do dia. 
Ainda não houve nenhuma noite 
e nenhum encontro, e, 
por isso, 
a lágrima inaugura essa aurora.
Henri Lebasque

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