sábado, 2 de setembro de 2017

AS BODAS DE CANÁ

para Adri Aleixo

O que tenho eu contigo, mulher? 
Trago os pés cansados e cobertos da areia vermelha. 
Há seis talhas de pedra nesta casa, ainda não é a minha hora. 
Para o júbilo, a água, desde as entranhas da terra, 
desde as alturas celestes, 
é mais do que o insípido líquido e sem cor. 
Quem cultiva a vinha antes do lavrador? 
Quem apascenta, antes do pastor, o rebanho? 
O que trazem os teus seios, teus olhos de água? 
O que tenho eu contigo, mulher? 
É chegada a hora da alegria.
Os meus pés se firmam sobre a relva, 
os meus cabelos se cobrem do orvalho. 
Brindem os noivos, os convivas, 
as taças do melhor vinho replenas.



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