segunda-feira, 11 de maio de 2015

A MORTE E A DONZELA

Foi numa tarde luminosa e quente
Que os meus olhos tristes, de repente,
Fecharam-se pesados de pesado sono.
Numa tarde luminosa de outono.

Beijou-me a têmpora uma donzela,
Com lábios que eram doces e eram frios,
Quando me voltei tremi, com calafrio,
Mirando o meu rosto no rosto dela.

Nesta tarde de outono, iluminada,
A alma que tenho sempre presa e atada,
Não é a mesm’alma que sempre eu tive,

Abandonou-me o corpo em que estive,
E da donzela a alma que vive e fremita,
Desde então, no que sou, está e habita.
Egon Schiele - Tod und Mädchen

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