terça-feira, 10 de abril de 2012

O DIA DA REVOLUÇÃO

Mãe 
não faça a marmita do mesmo gosto de feijão, 
faça diferente, pensando que é sábado ou domingo 
Mãe 
pode ser inútil esta minha ida à vida, 
mas veja que ando sem ninguém mandar, 
veja que falo sem ninguém falar, 
mãe, eu amo 
sem ninguém achar o diabo do amor. 

Mãe,  
vou trabalhar, e hoje as vozes gritando, 
os ouvidos todos ouvindo, mãe, 
apronta logo minha hora, 
estou com fome, 
não vejo a hora, almoçar, 
mãe, mãe, 
oh mãe, minha mãezinha, 
tudo isso 
hoje parece festa, 
meu almoço tem de ter fitas 
tem de ter carne na marmita mãe,  
para que eu não sinta fome 
da carne que anda nas ruas, 
para que eu não sinta ruas, 
para que eu não sinta solidão, 
mãe, 
não agüento mais esta demora 
vamos embora, 
Apronta logo esta marmita 
do dia da revolução, mãe. 


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