sábado, 31 de março de 2012

DIÓSCORO GALINDO GONZALES

La noche del 19 de agosto de 1936, dos días después de comenzar la Guerra Civil, el bando fascista de la localidad granadina de Pulianas fusiló junto a un olivo de la carretera de Víznar a Alfacar a un poeta, dos banderilleros y un maestro de primera enseñanza

O  borrifo do mar.
a puta que pariu.
                             Dióscoro  Galindo  Gonzales 

o  borrifo do mar.
a puta que pariu.                 
                           Vladímir Vladimiróvski Majakóvski 
o borrifo do mar. 
a puta que pariu.                                     

                              Federico Garcia Lorca                                     
o borrifo do mar.                                      
a puta que pariu.                                                   
                              Carlos Mariguela  
o borrifo do mar. 
a puta que pariu. 

o borrifo do mar 
as aves altas no céu
pluma  vento

a puta que pariu
a sus ordenes mi general 
corvo 

sangue.




A TARDE NA ROÇA

porque a noite não existe - o que não há-
a ausência nos cobrindo - a falta -
consubstanciada - a falta -
em seus termos escuros - uma memória
a noite é sempre uma memória:
meu bisavô foi o maior artista
de quem já tive notícia.
Uma tarde no roçado
uma tarde que é essa mesma noite presente
uma tarde a beira do rio
com a artéria da perna vazando
por ofício da foice,
meu bisavô encontrou a morte.
não era a morte com seu traje
de negação
nem o silêncio, nem o medo -
o sangue fluía no rio
e era o mesmo rio indistintamente
que dava para o mar indistintamente
e para o céu.
Quem divisará?
tudo é memória -
e nesse momento em que está indistinto
o tempo e seu contrário
a noite é um bálsamo - profundo corte
a noite é um cálice - o vinho que falta
a noite é a dor extrema
a consolação do inconsolável.