quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

EU A VI PARTIR COMO SE FOSSE O CINEMA

Eu a vi partir como se fosse o cinema 
esse cinema que é a vida em determinados instantes. 
Sobre um balcão e nesse momento em que tenho olhos 
restou um garrafa de cerveja, 
o líquido jazendo imóvel.
(nossos olhos são pouco)
Restou a trajetória vista de um aceno de mão,
de uma despedida de aqui para nunca mais - Cinema
A lua é cheia e a noite devorou seu os cabelos;
para onde foi
que itinerário segue o ônibus tão irreal que a leva
a quem mais transporta?
para quais casas de nossas suspeitas?
que beijo recebe quem chega em algum lugar?
sob qual trabalho supõe a vida que escorre,
escorre
como uma lágrima?
que dia com seus sóis?
espera por todos
que obrigações e maçadas?
Como é vertiginosa essa solidão que está com ela
e que me restou
dentro dessa enorme dor que eu mal
sinto..
A lua devorou seus cabelos
e o corpo, que é o trigo,
permanece
no meu aniquilamento.


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