sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

APESAR DA TARDE AZULADA

(para Dilsa)

Há um tempo que nos espreita
à sombra deste abacateiro;
Um tempo e só.
Um temor de que tudo se dissipe
como a névoa que pela manhã cobre a mata
de um branco molhado.
No meio das copas verdes, 
o ipê como um sol de ontem,
amarelo ainda mais.
Toda a tarde, 
e apesar da tarde azulada,
toda a tarde, 
e apesar dos abraços e beijos,
eu pensei em você
desesperadamente,
o sofrimento da sua
ausência,

muito embora você estivesse ali comigo, 
tão junto,
como eu estaria quando caía a primeira chuva
que fertilizou esses vales.


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