terça-feira, 25 de novembro de 2014

CONSIDERAÇÕES AO PÉ DO MAR

Nenhuma palavra diz o mar 
em seu movimento de ondas, 
contra as pedras e contra a areia;

São águas sem fim 
enquanto permaneço na praia,
Mas ele nada diz em seu silêncio profundo.

Tão curta a vida e tão vasto o mar!

Eu cruzei essas venerandas águas
para, enfim, te encontrar.
E nesse pequeno porto eu te perdi.

Nenhuma palavra das ondas,
nenhuma palavra de sal
nenhuma palavra de iodo.
E não é que eu não compreenda
sua fala estrondosa, seu possível dialeto,
porque cedo aprendi a língua dos peixes.
E os peixes ouviram Antônio,
mas não ouviram jamais o mar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário