sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A MORTE DE MOISÉS

Em qualquer latitude, 
em qualquer século
é a lastimável turba ignorante e apóstata; 
a gente lasciva
e sediciosa,
que não deseja nem almeja senão as coisas mais vãs;
Sim. É a vaidade e a luxúria,
a gula,  a sede de sangue.
São os parricidas, os corruptos, 
estupradores,
parasitas,
os usurários, escravagistas,
os que humilham e ofendem;
os que carregam látegos e se cercam de capatazes
e lacaios;
os mentirosos inescrupulosos; 
os acumuladores
de toda sorte; os ladrões.

São.
Estes são os herdeiros da terra; 
são os filhos queridos,
para quem o leite cobre os campos e os rios
se precipitam em torrenciais cascatas
de mel.

No alto do monte, inconsolável, 
sem poder compreender 
porque é
que essa ralé não tem ouvidos para ouvir
nem olhos para ver,
o velho alquebrado ainda recita um poema,
que ouviu de Deus num sussurro,
a inútil poesia como um alento:
os trigais a cultivar, o frescor da cebola,
os vinhedos perfumados;
Mirando ao longe o sol no oriente, 
como numa miragem,
a alma procura a escuridão. 
e a palavra se torna silêncio
que não se pode inscrever em tábua alguma.




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