domingo, 8 de abril de 2012

SONETILHO


Quando termina o amor, que permanece?
A terra finda , o mar não principia.
Quando o amor termina alguém tece
Longo, longo bordado que desfia.

Cantilena da noite em noite fria
Sobre o tear da dor que enternece,
Alguém a morte vê que se anuncia,
Morte triste, o claro dia que envelhece.

Mas o amor era não muito mais,
Esse adiar o tempo de partir,
Esse esperar o sempre, o nunca mais.

Calar na carne o fim de tudo.
Calar a hora escura de urdir
a última trama na roca do absurdo.


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