quarta-feira, 10 de setembro de 2014

AS XICARAS

Esta vida há de me matar,
impiedosamente; 
com o sol e seus bilhões
de nêutrons.
Haverá de dar cabo de mim
e de todos nós,
sem nenhum espetáculo
sem nenhum alarde,
esta vida

estas ruas fedorentas
esta gente faminta -
há -
os parques entulhados;
as cotas diárias de desespero.
as xícaras
cheias do vexame alegre
e dessa confiança
que não é senão a inútil
agitação,
inútil e moribunda.


4 comentários:

  1. Bonito e dolorido.

    Claudia Toneli

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    1. Gostei desse poema também. É um poema de segunda-feira, de boteco da esquina.

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  2. Até comi um"l". Bobagem.
    Beijos.

    Claudia Tonelli

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  3. Com licença,estou chegando.
    Uma apologia às insignificâncias da vida. Muito bom!!
    Um abraço.

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