segunda-feira, 24 de junho de 2019

DA INSÔNIA

O vento lá fora seu sibilar
enche de pavores essa noite
plena de horas da morte,
um cão que uiva e o universo
como um peso, esfera
de chumbo.
Janelas desee quarto de mudas
paredes brancas, por onde escorre
o líquido viscoso da insônia,
não é bom que o homem seja só,
como a terra desapostada,
sem conhecer portas de trevas ou luz,
não é bom esse silêncio
quebrado pelas batidas visíveis
de um coração por onde corre
um sangue gélido de réptil.

O sono da razão produz monstros - Francisco de Goya

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