O caminhão de lixo chega
soltando fumaça
pelo nariz,
e seus pés enormes,
fazendo estrondo, pisam
o céu.
O caminhão de lixo
vem arrastando carcaças
de animais,
e os homens vão levando tudo
o que na rua
está posto,
tenho medo porque sou pouco
e de mim quase
nada sobra,
nem o amor que tenho,
nem meus brinquedos
de giz.
Mas a cidade deve estar limpa
e quase nua,
sem véu,
sem os restos de dores
dos que se martirizam
pela obra
de construir a vida,
de inventar tantos segredos
banais.
Tenho medo que me levem
esses homens vorazes
e sem rosto.
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