Minha mãe não dormia enquanto eu não chegava,
ainda quando meu pai bradava:
"Deita Maria, José já é homem!"
A sempre presente e forte neblina que cobria a cidade.
Eu, um vulto, na noite.
Ô Lídia, eu agora sou apenas um menino
e não posso voltar para te acalmar o coração.
Já homem eu te perdi para sempre,
sem uma lágrima sequer,
apenas a chuva que era uma torrente;
que era o que eu não chorara
e cujas águas só me encheram os olhos
quando,
na tarde cheia de sol,
ouvi dizer: ela vive.
Ô Lídia, eu nem me despedi de ti,
sei que você me esperava,
mas você não dormia,
não dormia enquanto eu não chegava.
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