Não foi certamente à margem do Tigre
que Jonas cansado e coberto pela fedorenta
gosma do peixe
lançou imprecações contra aquele mesmo Deus
que não deu nenhum valor,
nenhuma importância
para essa fenomenal aventura,
esse
descomunal mistério.
Não.
Tinha apenas o propósito de que Jonas seguisse em frente
e não temesse ser escalpelado ou empalado e,
que,
chegando incólume às portas de Nínive,
falasse em praça pública contra os atônitos assírios
com argumentos invencíveis,
para que se arrependessem estes
de toda uma vida de atrocidades e sevícias.
E assim se dá.
Porém, nada disse sobre aquela viagem
no vente do peixe
e limitou-se às ameaças terríveis
à cidade terrível -
de modo que ninguém saberia através dos tempos,
nem havia testemunhas
ao pé do mar da Palestina.
Sozinho, sentou-se Jonas novamente
em uma praia distante,
com raiva de que Nínive viveria,
porque se redimira,
conforme o propósito de Javé.
E ali mesmo escreveu um livro sobre o grande peixe,
para que ninguém duvidasse
de que Nínive não tinha importância alguma,
e que havia ele ressuscitado
antes mesmo de ter morrido.
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