segunda-feira, 9 de novembro de 2020

DÉBORA

Há deuses interditos e templos venais cheios de prostitutas 
e de ouro.
O teu vaticínio, Débora, é a tempestade, 
o caudal a encharcar o campo
e líquida a tua palavra,
assim como úmidos são os teus lábios e vermelhos.
Ramos de palmeira os cabelos, verdejante,
ao vento que dita sentenças nas montanhas de Efraim
A água, o vento, o fogo são teu deus imortal e invencível.
A natureza contra a arte, o artifício,
o metal contra a metalurgia.
Dizes também que o sono é irmão da morte
e esta é mulher de delicadas mãos, de suaves gestos.

Giacomo Amigoni


 

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